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Gilmar Mendes x Rodrigo Janot

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes voltou a criticar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por supostas falhas na condução das negociações que levaram à assinatura do acordo de delação premiada de executivos da JBS. Ao comentar a abertura do processo de revisão dos benefícios concedidos ao empresário Joesley Batista e a outros delatores, o ministro disse que a celebração do acordo foi “a maior tragédia que já ocorreu na PGR [Procuradoria-Geral da República] em todos os tempos”. Em Paris, onde está em viagem oficial como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes (foto) considerou o acordo de delação como um desastre que foi mal conduzido desde o início. Além disso, o ministro disse que a Corte pode ter errado por não ter “colocado limites aos delírios” de Janot. “Eu tenho a impressão de que o procurador-geral tentou trazer o Supremo para auxiliá-lo nessa Operação Tabajara [mal feita), de má qualidade]. No fundo, uma coisa muito malsucedida, e ele (Janot) está tentando dividir a responsabilidade com o Supremo. O Supremo não tem nada com isso. O Supremo pode ter errado e não ter feito avaliações e, talvez, não ter colocado limites”, afirmou Gilmar Mendes. Sobre as supostas citações a ministros do STF nos áudios que motivaram a abertura do processo de revisão do acordo de colaboração de Joesley Batista, Ricardo Saud e Francisco e Assis e Silva, delatores ligados à JBS, Gilmar disse que as conversas são uma forma de “vender fumaça” por parte dos colaboradores, que buscavam acordo com a PGR

 

Rodrigo Pacheco diz que sempre considerou delação da JBS dadivosa

As gravações vazadas dos executivos da JBS e a ameaça do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de anular a delação premiada tomou conta dos corredores do Congresso Nacional. O presidente da Comissão de Constituição e Justiça, o peemedebista mineiro Rodrigo Pacheco, disse que sempre considerou o acordo com os executivos da JBS “muito dadivoso” para os delatores da JBS. Apesar disto, acredita na responsabilidade do Ministério Público Federal para fazer a coisa certa e aplicar o instituto da delação com equilíbrio e eficiência. Pacheco evitou comentar sobre a denúncia contra o presidente Michel Temer, que passou pela comissão e da outra denúncia que Janot promete enviar ao Supremo Tribunal Federal antes de deixar o seu cargo agora, em setembro.

 

 O dia seguinte de Rodrigo Janot

O dia seguinte do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, após ameaçar desfazer o acordo com os executivos da JBS não foi nada fácil. Para muitos ele ficou enfraquecido, e o que é pior, fragilizou os trabalhos da operação Lava Jato. Alguns mais próximos ao procurador falam que ele se arrependeu do seu gesto. Na Câmara Federal, os aliados do presidente Michel Temer consideram que a denúncia que Janot pretende fazer, antes de deixar o cargo, não terá mais o impacto que ele pretendia. Antes de falar com a imprensa, na segunda-feira, Janot teve uma crise de choro e apesar de classificar o momento como um dos mais difíceis de sua carreira no Ministério Público, Janot disse que não se arrepende de nada em relação à delação da JBS e que faria tudo novamente.

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