A federação União-PP foi lançada com pose de oposição, mas com os pés ainda dentro do governo ainda está rendendo muitos questionamentos. Com 109 deputados, 14 senadores e 1.330 prefeitos, o bloco se apresenta como força gravitacional do Congresso - e tenta pavimentar um projeto para 2026. Falou-se em “choque de prosperidade” e menos Estado, aceno claro à base bolsonarista. Sem representantes do PT no evento, mas com Valdemar Costa Neto (foto/reprodução internet) e Sóstenes Cavalcante em destaque, a direção é evidente. A federação será comandada por Ciro Nogueira e Antonio Rueda - dupla afinada com Bolsonaro -, mas a ausência de Arthur Lira expôs racha. A federação mantém quatro ministérios no governo, mas declara-se abertamente como embrião da oposição. Isso revela um velho padrão da política brasileira - o fisiologismo em estado cru. Rumo a 2026, a ambiguidade segue como tática. Mais do que uma aliança partidária, o movimento revela um ensaio de candidatura que tenta compor um polo anti-Lula robusto, embora ainda indeciso entre Tarcísio, Caiado ou Bolsonaro.