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Blog do PCO

Relação envenenada

Com a divulgação da conversa entre Gustavo Bebianno (foto) e o presidente Jair Bolsonaro (que disse não ter conversado com o ex-ministro) a impressão que se tem é a de que Bolsonaro estava buscando uma desculpa para ficar livre de Bebianno. O controle da sua agenda, a forma como questionava o seu ex-ministro, desmarcando compromissos e viagens, foi só uma demonstração da irritação e da falta de confiança em relação a Bebianno, que chegou a dizer que Bolsonaro estava envenenado contra ele, sem citar o nome do seu filho Carlos Bolsonaro, o responsável por toda confusão ter se tornado pública. O certo é, se antes Bolsonaro o acusou de vazar informações para a imprensa, desta vez Bebianno vazou mesmo e provou que não foi ele, que mentiu.

 

Vida que segue

O agora ex-ministro Gustavo Bebiano – que teve uma conversa arrasadora com o presidente Jair Bolsonaro, que depois fez um vídeo elogiando seu auxiliar – está se acertando na iniciativa privada, mais especificamente, com um escritório de advocacia do Rio. E tem gente querendo convencê-lo a disputar a prefeitura do Rio, mas até agora ninguém conseguiu colocar essa ideia na sua cabeça. Ele sabe o tamanho que tem, podendo até ser candidato a vereador no Rio, junto com seu parceiro Paulo Marinho, o homem que derrubou Ricardo Boechat no Jornal O Globo.

 

Importa mais a versão que o fato

Em política, repetem com insistência os doutores da área, mais vale a versão do que os fatos. Em Brasília, a versão sobre a demissão de Gustavo Bebianno do cargo de secretário-geral da Presidência da República é de que ela ocorreu como uma forma de desviar a atenção sobre Flávio Bolsonaro, o filho senador do presidente. Acusado de envolvimento em esquemas pouco republicanos, juntamente com seu motorista Fabrício Queiroz, Flávio esteve muito tempo sob fogo pesado e sem conseguir responder às denúncias. Mesmo assim acabou ganhando a terceira secretaria da mesa do Senado, onde chegou para exercer seu primeiro mandato. Com a briga entre Bebianno e Carlos, o senador acabou desaparecendo dos noticiários político e policial. Sobre investigações para apurar malfeitos de Flávio Bolsonaro não se fala mais nada. A briga de Bebianno e o clã Bolsonaro encobriu o assunto. Ficou barato.

 

Como dá palpite…

Outra do Carlos, o travesso. Para o vereador filho do presidente, a paisagista Elaine Perez Caparroz, de 55 anos, espancada em seu apartamento por um homem de 27 anos que conheceu através das redes sociais, poderia ter se safado do agressor caso tivesse uma arma em casa. O direito à posse de uma arma era defendido por Jair Bolsonaro que, por decreto, cumpriu a promessa de campanha. Carlos pode até ter razão, mas precisa convencer o pai a parar por aí. Ele quer facilitar também o porte de arma de fogo pelo cidadão. Se já tivesse feito, aí quem poderia estar com uma arma era o agressor. A hipótese não foi considerada pelo vereador.

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