Fugir de uma “agenda ácida” como a discussão do ajuste fiscal para priorizar temas mais interessantes para a sociedade é o que deseja Renan Calheiros, presidente do Senado. Para ele, a sociedade brasileira vive momentos de angústia por causa da violência e, por isso mesmo, o Congresso deve se debruçar sobre o tema buscando solução para uma das maiores preocupações do cidadão. Para Calheiros, o uso de arma branca (faca) no cometimento de crimes bárbaros nos últimos dias, tem exigido uma resposta rápida dos parlamentares. “Uma das grandes questões atuais é esta da arma branca. De você portar uma faca, agredir pessoas, apavorar a sociedade”. Este assunto está exigindo uma resposta rápida dos parlamentares. O senador destaca ainda a necessidade do parlamento buscar formas de agilizar o Judiciário. Ele está propondo a retomada do debate sobre a arbitragem, que ele entende ser uma alternativa de desafogar o Judiciário e torná-lo mais ágil. Recentemente foi aprovada uma lei abrindo novas possibilidades do uso da arbitragem, mas alguns pontos da lei foram vetados pela presidente Dilma. Renan quer que o Congresso discuta principalmente a adoção da arbitragem nas relações de consumo.
Antes de tudo, entregar a reforma politica
Mas antes de se dedicar à pauta “menos ácida”, o presidente do Senado admite ser necessário terminar a votação de temas polêmicos, como a reforma política. Ele garante que vai procurar o deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, para formar um consenso em torno de questões que dividem os parlamentares na reforma. Quer assim que os senadores alterem o mínimo possível o texto aprovado pelos deputados para evitar a discussão em torno da reforma se prolongue por mais tempo. “Precisamos entregar a reforma para, então adotarmos uma pauta menos ácida, que contém assuntos de interesse mais direto da sociedade”.