Politicamente tumultuado, sem rumos e agressivo, o governo apresenta a Bolsonaro esta semana sua agenda econômica, na tentativa de mudar a gestão das contas públicas nas três esferas de governo. São cinco eixos que envolvem a reforma administrativa (fim da estabilidade é um dos pontos polêmicos) , um novo pacto federativo e ajuda aos estados. São propostas complexas que serão postas em debate amanhã, quando o ministro Guedes, acompanhado do presidente Bolsonaro (foto), leva o pacote de medidas ao Congresso que a equipe econômica já defendia desde a transição.A demora na elaboração das propostas faz com que o pacotão chegue ao Legislativo num momento de intenso desgaste político do governo, resultado do destempero verbal do presidente e de seus assessores, amigos e familiares mais próximos. Este pode ser um obstáculo sério à tramitação das medidas que, certamente, não serão aprovadas ainda este ano, muito embora haja o interesse direto de governadores em algumas propostas que representam ajuda aos estados. Ir pessoalmente ao Congresso para levar um pacote de medidas é, claramente, uma tentativa do presidente, de tirar o foco das discussões políticas do possível pedido de impeachment de seu filho, Eduardo, que pode ser penalizado pelos seus pares na Câmara Federal, por defender a edição de um novo Ato Institucional, à semelhança do AI5, para conter a movimentação dos que fazem oposição ao governo. Eduardo, o deputado federal mais votado da história do país, extrapolou sim, colocou em risco o regime democrático, mas não é um ponto fora da curva. Bem ao contrário, seu comportamento está perfeitamente de acordo com o padrão de seu pai, o presidente Bolsonaro, e de seu irmão, o caçula Carlos, vereador no Rio, que, como ele, são usinas de geração de crise política. Até quando, é a questão. O país precisa das reformas que estão sendo propostas, mas não precisa da forma como se tenta governar. Vamos acabar frustrando o país. Prestem bastante atenção no desenrolar desta semana. Ela vai definir o que seremos à frente.
Uma semana para definirmos como o Brasil será
