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Marcio de Lima Leite: momento de desafios, mas também de oportunidades

Paulo César de Oliveira
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Marcio Lima

O setor automotivo tem o que comemorar. Além de um 2024 considerado como mágico, com um crescimento acima de 14%, 2025 também começou aquecido. O momento é de comemorar, segundo Márcio de Lima Leite (foto/reprodução internet), presidente da Anfavea e vice-Presidente Sênior de Relações Institucionais e Jurídico na Stellantis South America. Mas em um cenário econômico como o brasileiro, ele disse que é um momento de desafios, mas é também um momento de oportunidades.

Como está o mercado automotivo? O ano de 2025 pode repetir 2024?

Tudo bem. Nós estamos até agora com alta de 6% em janeiro, fevereiro também repetindo a mesma taxa de crescimento, com destaque para a produção, que cresceu 15%. É um bom número. A exportação foi de 52%. Então é motivo de começar o ano com celebração.

A taxação do aço pelo governo norte-americano afeta a produção?

Sem dúvida, mas acreditamos que vai chegar ao bom termo. Isso aconteceu no ano de 2018 e uma boa negociação colocou tudo no seu devido lugar. E é o mesmo que nós acreditamos que vá acontecer nesse momento que estamos vivendo no Brasil. O Brasil e os Estados Unidos têm uma balança comercial que é uma balança equilibrada. São mais ou menos US$ 40 bilhões de importação, US$ 40 bilhões de exportação. De uma forma ou de outra, isso acaba chegando a um bom caminho. Nós precisamos de uma indústria forte no Brasil e uma indústria forte significa investimento, volume. Então é fundamental que tenhamos um volume de exportação para as nossas siderúrgicas.

O efeito China em relação ao aço, que está sendo vendido mais barato. Como é esse processo?

Geralmente temos contratos de longo prazo. Você tem aços de praticamente todas as cirúrgicas, e o volume de importação ainda é muito baixo ou quase inexistente. Mas tem também. Então você acaba tendo aí uma composição, mas sem sombra de dúvida, privilegiando a indústria brasileira.

Estamos vendo a economia brasileira com vários problemas. Dólar em alta, taxa de juros estratosférica. Como é trabalhar nesse cenário?

É um cenário que a gente precisa ter serenidade. É um momento de desafios, mas também de oportunidades. Quando você coloca uma discussão sobre tarifas, você tem oportunidades também que vão surgir para o Brasil. O Brasil é um país amigável. Então, naturalmente, o Brasil vai conseguir uma boa negociação diplomática e a nossa indústria vai conseguiu seu espaço.

Na América Latina o cenário é o mesmo?

O cenário é o mesmo. O Brasil tem perdido participação nas vendas para América Latina. Hoje as nossas exportações têm se concentrado e têm crescido muito nas vendas para a Argentina e México. No México caiu um pouco, mas também ainda representa uma boa fatia. De uma forma geral, os países da América Latina são países que vem sofrendo um ataque direto, principalmente da indústria chinesa.

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