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Bem avaliado, Medioli mira na reeleição

Paulo César de Oliveira
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Bem avaliado pela população de Betim, o prefeito Vittorio Medioli (foto), tem se desdobrado para fazer a cidade passar pela pandemia do coronavirus com menos traumas. Desde que assumiu o cargo há três anos e meio Medioli trem trabalhado para colocar a casa em ordem. Com as contas equilibradas conseguiu avançar. São pelo menos 130 obras espalhadas pela cidade, outros tantos projetos aguardando o fim da crise provocada pela pandemia do coronavirus para voltar a carga. A reeleição é uma possibilidade que o agrada, já uma disputa ao governo de Minas, ele prefere deixar para alguém, que segundo ele, trabalhe pelo Estado.

 

A pesquisa de aprovação da administração do senhor de 74,7% o deixa animado para disputar a reeleição?

A pesquisa é muito boa. A população está satisfeita com o nosso esforço e se estiver gostando, eu me candidato e continuo. Ser prefeito não é fácil, mas ter uma aprovação como essa eu nem acreditava em chegar a esse ponto. Sofremos com a falta de recursos, com muitos problemas, perda brutal de arrecadação. O Estado se apropriou de mais de 10% da nossa receita, estávamos com R$ 2 bilhões em dívidas, mesmo assim conseguimos atender ao anseio da população e realizar um volume de obras sensacional. Temos mais de 130 obras, todas obras sociais de recuperação de encostas, nos aglomerados, de creches modernos, um projeto nosso, obras nas Unidades Básicas de Saúde, de Upas, reformulamos todo o hospital, construímos o Centro Materno Infantil com 170 leitos e estamos com quase todas as obras inauguradas. Temos nove viadutos em construção e cinco avenidas sanitárias e recorrendo apenas a contrapartidas, ajustes de conduta, resgate de verbas perdidas no passado, que conseguimos renegociar com o governo federal e com os investidores, Parcerias Público Privadas, estamos montando a via das Indústrias com 14 quilômetros, preparada para receber mais de 200 empresas, o Distrito Bandeirinha, que já está no canteiro de obras, com expectativa de receber 44 indústrias, mais 16 na região do Centro, na Citrolândia, tem o aeroporto que foi aprovado e avançou muito e esperamos inicia-lo a qualquer momento. São várias coisas que conseguimos movimentar. Colocamos para funcionar a rodoviária, estamos finalizando o Teatro Municipal, recuperamos todo o patrimônio histórico com reformas e estamos construindo duas grandes praças na região central, na periferia são mais de 10 praças e Betim está trocando toda a sua iluminação de led com recursos da economia que fez. É o único município do Brasil que conseguiu fazer isso. Até o final do ano, teremos 91% da rede de Led substituída com economia na nossa conta de iluminação pública. Isso enquanto outros municípios estão prevendo fazer em 20 anos, em três nós conseguimos trocar e fazer uma economia fantástica, inclusive será montada uma rede fotovoltaica, nós estamos assinando o termo nesta semana, essa rede vai pagar toda a iluminação pública das escolas, retirando um grande gasto das escolas e das unidades básicas de saúde.

 

Como tem sido feito o trabalho de controle do coronavirus?

Nós fizemos o primeiro hospital de campanha de Minas Gerais, inaugurado 5 de abril, com gasto zero o hospital de 120 leitos, também equipado com gasto zero, captamos doações e empregamos parte da nossa mão de obra com os servidores públicos e montamos o hospital espetacular. Era para inaugurarmos no Dia das Mães o Centro Materno Infantil e o adaptamos pra ser um CTI de atendimento exclusivo ao coronavirus. Tiramos todo o atendimento do coronavirus da nossa rede de saúde e o colocamos em uma rede dedicada para evitar o contágio, como está acontecendo em alguns hospitais privados em Belo Horizonte. Nós tivemos três óbitos em hospitais fora de Betim, porque mandam o tratamento especial pegam e morrem. A nossa rede é dedicada, não é misturada.

 

O controle da doença pelo Estado e pelo Governo Federal está deixando que os municípios façam o trabalho sozinhos?

Na realidade, o Brasil é muito diferente. Verificamos que tem focos nas cidades que tem muito contato com o exterior, Manaus, Fortaleza, cidades com portos e aeroportos internacionais. Em Minas Gerais o coronavirus não explodiu. Temos uma curva muito baixa. Betim teve seis óbitos em 80 dias e depois três óbitos que são de cidadãos de Betim mas que faleceram em São Paulo e Belo Horizonte e estavam nessas cidades há mais de 15 dias. Não chegamos a 100 casos, mas estamos em alerta. Fomos o primeiro município a implantar a obrigatoriedade de máscara, o primeiro que flexibilizou o comércio, mas com regras muito rígidas. Alguns nem abriram porque tem que ter álcool gel, manter o distanciamento e tudo o que está previsto dentro das normas sanitárias. A persistência na educação da população tem grado bom resultado. Mas na periferia e nos aglomerados, temos a distribuição de máscara, já distribuímos mais de 100 mil mascaras, fizemos a desinfecção das vias públicas, a partir desta semana entram três caminhões de grande porte para fazer a desinfecção da cidade inteira e vão entrar a borrifação onde os caminhões não chegam. Estamos fazendo o possível.

 

O recurso emergencial liberado pelo governo federal vai ajudar o município?

Vai. A manutenção dos hospitais está estimada, por mês, em R$5 milhões. Os recursos federais devem cobrir isso. Para montar uma UTI de 170 leitos praticamente não gastamos nada. Muitas coisas foram doadas e compramos os respiradores, quando eles eram mais baratos e imediatamente seguindo a curva da Europa, compramos com valores ainda lá em baixo e encontramos o material. Distribuímos 300 mil potes de álcool para todas as famílias e estamos fazendo a segunda rodada de desinfecção, que vai começar na semana que vem. O álcool também conseguimos por doação, como também muitas máscaras. A situação está controlada, mas não dá para baixar a guarda. Temos 120 fiscais nas ruas, temos um suporte à distância para as pessoas e temos agora um estudo estatístico da população, testando dentro de casa para ver como o vírus circula, em um acordo com a UFMG. Em outro estudo com a Universidade de Sete Lagoas, para realizar testes. Compramos mais 15 mil testes e espero ficar muito acima da média com a realização dos testes.

 

Quando a cidade deve voltar ao normal?

O período mais crítico é em junho, início de julho. Não estamos prevendo retornar com as aulas antes do coronavirus ter dado sinais de absoluta fraqueza, até porque o risco que corre com os alunos é relativamente baixo, mas é na educação que se abrem os vetores do contágio, porque o menino assintomático na escola, em um instante passa para todos e a escola pode se tornar em uma caixa de ressonância. O contágio poderia disparar na rede escolar. Vamos reabrir quando for realmente garantido que não iremos colocar em risco os meninos.

 

O senhor disse que está preparando Betim para receber novos investimentos, com os rumos da economia do país e com a instabilidade política, os investidores estariam dispostos a investir no país?

Nós preparamos Betim para ter um grande surto de crescimento. Preparamos toda a estrutura de saúde, que é muito importante. A nossa avaliação nessa mesma pesquisa na área de saúde é fantástica, conseguimos avançar na segurança. Fizemos parceria com a Polícia Militar, temos a nossa guarda municipal foi treinada, armada, equipada e isso é um grande passo na segurança pública. Abrimos distritos industriais, temos infraestrutura, construímos nove viadutos e trincheiras e temos mais quatro trincheiras que vamos lançar esse ano ainda, melhoramos a mobilidade de esmeraldas a Betim, com a Parceria Público Privada. Nós elaboramos o projeto, temos um aeroporto com um distrito industrial a sua volta, mais um distrito industrial entre a Fiat e a Petrobras.

 

Politicamente o ambiente está favorável a atração de investimentos?

Tem muitas empresas que apesar das dificuldades tem interesse em vir para cá. Betim tem uma localização fantástica. Está na entrada da região metropolitana, é cordada pela BR-381, tem uma grande estrutura de distribuição que atende a toda Minas Gerais. Espero que a Fiat, após essa fusão com a Peugeot e com a Citroen possa aumentar a sua produção no próximo ano, trazendo novas linhas de produtos. Nós também estamos recebendo empresas novas que pretendem se instalar aqui. Temos que encarar o futuro. A nossa arrecadação caiu 35%, tivemos o calote do estado, enxugamos as nossas despesas, fizemos muita economia para sobreviver a esta fase. Quando assumi, Betim tinha R$ 2 bilhões de dívida, caiu para R$ 800 milhões porque nós não assumimos nenhum empréstimo, pagamos todos em dia, menos agora, a partir do coronavirus, quando suspendemos nossos pagamentos. Abatemos as dívidas judicialmente, vencemos vários embates, nossa dívida previdenciária caiu pela metade, contestamos cobranças, tivemos grande recuperação de grandes ativos públicos que serviram para abater nossa dívida.

 

A reeleição é um passo para a disputa ao governo do Estado?

Nada. Vou ajudar alguém que for bom para Betim e para Minas Gerais.

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