As eleições de 2026 prometem ser tão polarizadas como no último pleito. As redes sociais viraram um campo à parte dessa disputa, com uso de IA, a inteligência artificial, e os inúmeros artifícios que estão à disposição atualmente, como a replicação de imagem dos adversários para divulgação de fake News. A ministra Edilene Lobo (foto/reprodução internet), do Tribunal Superior Eleitoral, que participou do Conexão Empresarial Anual Ouro Preto, garante que o TSE está preparado para enfrentar todas as questões e tem uma das regulamentações mais avançadas em relação ao uso de IA.
O cenário que está se formando para 2016 mostra que esta será mais uma disputa acirrada. Como é que o TSE está se preparando para essa eleição?
O TSE tem, como a história mostra, uma ação de excelência na organização do processo eleitoral brasileiro. O TSE mantém o processo contínuo de preparação da magistratura, de organização da sua estrutura, de servidores e servidoras. Essa preparação é permanente, ela não sofre interrupção. Evidentemente que nós, daqui a algum tempo, vamos observar o TSE preparando as instruções que são as resoluções futuras das eleições de 2026, que são regras que explicitam os comandos legais. O TSE segue permanentemente preparado para as eleições no Brasil e atua com muito vigor na defesa da democracia.
E em relação ao uso da inteligência artificial? Estamos vendo nas propagandas dos partidos nas redes sociais que vai ser um jogo duro. Como lidar com mais esse componente?
O TSE tem, eu diria, uma das regulações mais avançadas do mundo com relação IA, Inteligência Artificial aplicada à propaganda eleitoral. A resolução 23 610, que é uma ordenação muito importante, uma regulação muito importante, vai dizer de modo centralizado o seguinte: o uso da tecnologia é permitido, desde que não falseia a realidade, não gere confusão para as pessoas e não difunda violência, desinformação e manipulação. Essa resolução 23 610, registre esse número, ela traz grandes orientações para o uso adequado da inteligência artificial na propaganda eleitoral.
Essa será uma eleição muito grande, existe uma estrutura para acompanhar todo o processo?
Sim, nós estamos falando de eleições gerais no Brasil, mas a Justiça Eleitoral já participa, organiza, coordena eleições há muito tempo, vários pleitos, com apoio de uma estrutura técnica muito bem-organizada. Eu não tenho dúvida de que será mais uma eleição muito bem conduzida pelo TSE.
No interior os ânimos costumam ficar mais exacerbados devido a polarização, a tensão é bem maior. Como o TSE vai lidar com esses conflitos?
Eu te digo, o TSE está em um processo de preparação permanente da sua equipe, mesmo com todas as demandas do processo. Todas as esferas de organização da Justiça Eleitoral funcionam normalmente, nos TREs nas capitais e com os juízos eleitorais em cada comarca onde tem a sede específica, com um juiz eleitoral no mínimo, para organizar e acompanhar o processo eleitoral. Eu não vejo nenhum tipo de dificuldade.
A polêmica da urna eletrônica já foi encerrada?
Penso que sim. Eu acho que o tema voto eletrônico e utilização da tecnologia, uma tecnologia nacional muito bem desenvolvida e acompanhada por todas as pessoas que se interessam por esse tema. A urna eletrônica, que é um orgulho nacional, eu não tenho dúvida que não deixa mais nenhuma possibilidade de cogitar de fraude. Esse assunto para mim está encerrado. Não tenho dúvida que ele foi superado. As urnas são usadas desde 1996, esses muitos anos de uso e aplicação da urna eletrônica nas eleições brasileiras, esse tempo todo dá conta de que nós estamos falando de uma tecnologia segura e que tem sido muito bem aplicada na defesa da democracia brasileira.