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Blog do PCO

O futuro da Copasa

O anúncio da saída de Carlos Eduardo de Castro (foto) está deixando a presidência da Copasa, gerou uma série de comentários e boatos. Mas é o próprio Carlos Eduardo que fala sobre o assunto e afirma que sempre trabalhou em sintonia com o governador Romeu Zema. 

O que motivou a sua saída, se foi uma questão política ou de visão administrativa?

Em conjunto com o acionista controlador, que é o Governo de MG, entendemos que era o momento de encerrar este ciclo e abrir caminho para uma nova etapa. Ainda que possa ter havido alguma eventual divergência, o mais importante é que nunca houve desalinhamento entre as partes: o objetivo sempre foi o mesmo, transformar a COPASA em uma empresa mais eficiente, para que, dentro de um processo de desestatização, a companhia pudesse ser avaliada em seu melhor preço, com alto valor. Contudo cada parte – seja o acionista, seja a Administração – tem suas responsabilizações institucionais que em determinado momento podem não convergir. 

O que foi colocado que seria a sua resistência em relação à abertura de mercado de saneamento básico.

Não há, nem nunca houve, resistência a ampliação da participação privada no saneamento em MG. Existe, sim, da minha parte, da parte de toda Administração, a defesa dos interesses da Companhia e de seus mais de 90 mil acionistas. E não poderia ser diferente. Ao longo dos últimos três anos, quando esta Administração iniciou sua jornada à frente da COPASA, buscamos de forma responsável transformar a Companhia, desenvolvendo e implementando ações para a modernização dos processos operacionais e administrativos, preparando a empresa para enfrentar os desafios impostos pelo novo marco regulatório e assim atender seus mais de 11 milhões de clientes da melhor maneira. 

Quais seriam essas transformações? 

Fizemos questão de trazer novos olhares para temas de suma relevância, mas que, até então, não eram tratados com a importância que acreditávamos ser necessária. Se eu tivesse que nominar apenas um grande legado, creio que o mais importante tenha sido fazer com que a Companhia redirecionasse sua atuação e colocasse, de fato, o foco no cliente – sejam os usuários, sejam os nossos contratantes – no centro de todas as decisões estratégicas. Em nossa gestão, todas as decisões que foram tomadas precisaram responder de forma positiva a uma única questão: essa decisão vai trazer benefícios para os clientes da COPASA? Foi desta forma que investimos para introdução de novas tecnologias, como a implantação de novas formas de pagamento (PIX e PICPAY), uso de mensagens SMS para alcançar o cliente, ampliação dos serviços da Agência Virtual, modernização da leitura, entre tantos outros esforços que se juntarão à contratação de uma solução 360º para atendimento ao cliente, um investimento da ordem de quase R$ 600 milhões ao longo de 05 anos, que vai melhorar o tempo de resposta do usuário, aumentando assim a percepção de valor no atendimento da COPASA. Mas não foi apenas isso. A atual Administração da COPASA foi a que realizou o maior investimento da história da Companhia. De 2019 a 2022, terão sido investidos mais de R$ 3,4 bilhões em obras de água e esgoto para fazer frente aos compromissos que estão nos contratos de programa. Para os próximos quatro anos, essa administração já deixou garantido e aprovado junto ao Conselho de Administração outros R$ 6 bilhões que serão aportados entre 2023 e 2026, garantindo a expansão dos serviços e o cumprimento das obrigações contratuais. Destacaria também o fortalecimento da área de projetos e a contratação de novos empreendimentos e obras, além da incorporação, de maneira efetiva, da agenda ESG (“Governança Ambiental, Social e Corporativa” na sigla em inglês) na estratégia da Companhia, entre outros ações. 

Como está a situação da empresa, que atende a maioria dos municípios mineiros e do que mudou com o novo marco legal de saneamento? 

A principal mudança para a Companhia é que a partir de agora não há mais possibilidade de renovação dos contratos de programa diretamente com os municípios. Toda vez que um contrato entre Município e COPASA chegar ao fim, necessariamente terá que haver um processo licitatório, no qual a COPASA poderá participar ou não. Tenho a certeza de que a COPASA possui um time de grande capacidade técnica, capaz de superar desafios, contudo, para competir nessas futuras licitações, não será fácil para a empresa, que tem o Estado como controlador, disputar com empresas privadas. As amarras que a empresa possui por ser de capital misto, ser parcialmente pública, isso é, por ser controlada pelo Governo de Minas, faz com que ela seja muito menos eficiente que os concorrentes privados. A legislação, nesse caso, impõe regras que diminuem o potencial competitivo dela frente às empresas privadas. 

Quais os desafios você enfrentou na Copasa e os planos daqui pra frente? 

Sem dúvida alguma o maior desafio foi ter que preparar a Companhia para que ela tenha as melhores condições para enfrentar os desafios impostos pelo Novo Marco Legal do Saneamento. Mudar a cultura em um ambiente de trabalho na qual as equipes sabem que a Administração é feita de ciclos curtos é bastante difícil, porém, saio com a sensação de dever cumprido. A COPASA hoje é uma empresa em outro estágio empresarial, com foco no cliente, baixo grau de alavancagem e com capacidade de levantar recursos no mercado financeiro para fazer frente aos investimentos para a universalização dos serviços de água e esgoto. Para o futuro, continuarei torcendo e apoiando a reeleição do Governador Romeu Zema. Acho que nós, mineiros, merecemos mais quatro anos de uma gestão estadual técnica, eficiente e comprometida com o futuro do nosso povo. (Foto reprodução internet)

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