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Pai amoroso

Ângela Corrêa Fernandez (foto) tem a lembrança do pai amoroso, inteligente e de presença marcante. Uma lembrança que guarda e que embala seus dias. Ela diz conversar com ele todas as manhãs, em seus diálogos imaginários. “Não existe um dia em que eu não comece conversando com ele”. 

Como via o pai?  

Como filha, parece até aquele chavão, mas ele realmente era um pai muito amoroso, muito presente, embora pudesse passar uma imagem de uma pessoa mais agitada, ele era muito amoroso.  Eu tinha com ele, não só uma afinidade muito grande de temperamento, como de alma. Foi uma pessoa muito presente, muito marcante na minha vida e, por incrível que pareça, continua sendo. Não existe um dia em que eu não comece conversando com ele. Mesmo tendo convido com ele e priorizado esse lado, eu tinha noção do que ele representou para o país, como exemplo de dignidade, de correção. Ele tinha uma inteligência brilhante e era muito cativante. Quando ele começava a falar, dominava a plateia. O lado mais importante para mim, por mai que eu reconheça este outro, é que ele foi um pai muito especial e amoroso.   

Ele foi político, jurista, como era esse lado?  

Ele foi membro da Academia Brasileira de Letras, ele era um intelectual, um homem das letras, um apaixonado por Dante, ele traduziu vários livros, inclusive a Divina Comédia, que era a paixão da vida dele. Ele não foi ministro do Supremo, porque ele saiu antes, porque entrou na compulsória ao completar 70 anos. Aí ele foi ser ministro da Justiça.  

Vendo o que era na época dele para o que é hoje, pessoas como ele fazem falta seja na política ou no Judiciário?  

Ele faria falta em qualquer época, em qualquer situação no mundo. Nos dias que passaram ele faria falta, nos dias de hoje ele faria falta e no futuro, tenho certeza de que ele também faria falta. Qualquer pessoa idônea, brilhante, correta, faz falta em qualquer época da vida.   

O que ele diria do quadro político hoje?  

Difícil falar o que ele diria. Provavelmente diria alguma coisa muito sensata e coerente com o que ele pensava e sempre pensou. Ele nos deixou um legado de dignidade, de correção, de muito trabalho, de amor à pátria, a família, foi o que ele nos deixou e para todos que conviveram com ele. Ele é uma pessoa lembrada dessa maneira. Era uma pessoa combativa e não se acomodava. Era um exemplo de correção.  

Se ele estivesse vivo, o que você gostaria de dizer para ele?  

Te amo, te amo… é o que gostaria de dizer e o que digo todos os dias para ele. 

One thought on “Pai amoroso

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