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Ministro tem um “surto” de sinceridade

O ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues (foto), reconheceu nessa quarta-feira (29), que a pasta sofre com a falta de recursos e por isso teve de interromper obras que ainda estão sem previsão de recomeçar. Convidado a falar sobre os investimentos da pasta, na Comissão de Infraestrutura do Senado, o ministro disse que a grande preocupação hoje é ter recursos para manutenção de rodovias. “O problema mais sério que eu tenho é a BR-153 (Tocantins-Goiás). O que aconteceu? A Galvão [Engenharia], a concessionária, já aportou R$ 200 milhões e aguarda um financiamento de R$ 400 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social-BNDES, que estava programado. Não preciso dizer a todos aqui que ela está envolvida na Operação Lava Jato, tendo sido cortado o referido financiamento”, disse o ministro. Segundo ele, hoje (30) haverá uma reunião no banco para tratar do assunto. Ao saber de um encontro agendado do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, hoje com parlamentares, Antônio Carlos Rodrigues pediu que o senador Blairo Maggi (PR-MT), um dos que participarão do encontro, “peça ao ministro socorro para os transportes”. Rodrigues destacou no encontro com os senadores, o impacto negativo do envolvimento de empreiteiras na Operação Lava Jato e do ajuste fiscal no setor. “Não há cortina de fumaça. Eu não posso esconder o que está acontecendo no ministério. Tudo que aconteceu e que está acontecendo no Brasil afetou muito o meu setor de transporte. Por quê? As grandes empresas estão na Lava Jato”. Perguntado por vários senadores sobre a paralisação de obras, o ministro disse que hoje não tem condições de fazer nenhuma previsão. “As minhas respostas vão ser muito complicadas por eu não saber quanto eu vou ter. Eu nunca esperava chegar ao início de maio sem saber o que tenho de recursos”, reclamou.

 

Se arrependimento matasse. . .

Arrependido do surto de sinceridade e, certamente com receio da repercussão de sua sinceridade na audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado, o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, disse que jornalistas que acompanharam a reunião levaram “para outro lado” as declarações feitas por ele sobre o andamento de obras no setor. Ao deixar o plenário da comissão, o ministro afirmou que as obras não sofrerão atrasos, mas sim serão adequadas “a um cronograma novo”. “As obras estão todas em andamento e nós vamos ter recursos até o final de maio e vamos dar continuidade a todas as obras sim, só que nós teremos obras prioritárias”, disse.

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